Notícias dia 26/06/2011
Copa no Brasil aumenta procura por curso de produção cultural Publicado em 25 25UTC junho 25UTC 2011 por Evento em Foco O produtor cultural é responsável por grande parte dos eventos que ocorrem País afora, de arte a esporte. Existe uma procura cada vez maior por profissionais com formação qualificada na área, e isso tende a aumentar, principalmente, com a realização de grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014. O profissional pode trabalhar do planejamento à execução de um evento. Também é capaz de criar políticas culturais e projetos juntamente com ONGs, empresas, prefeituras, governos estaduais e federais. Sua função pode ser desde conceber as ideias inicias do plano até mesmo captar recursos para a sua viabilização. O Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) oferece o curso superior tecnólogo em Produção Cultural. A forma de ingresso é através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e a duração é de três anos. Após o término, o aluno recebe o diploma de tecnólogo. Criada em 2003, a faculdade está localizada no bairro Nilópolis, onde existem muitas pessoas que trabalham como animadores culturais, porém careciam de uma formação específica na área. A cada ano, o curso ganha mais visibilidade e, desde 2009, a procura tem aumentado consideravelmente. A coordenadora Fernanda Delvalhas Piccolo acredita que esse fenômeno se deve ao fato do maior apoio dado pelo governo por meio das leis de incentivo à cultura. Para os interessados, ela dá um conselho. “Se você quer seguir na carreira, é preciso ser proativo, gostar bastante de cinema, teatro e música. Ser uma pessoa desinibida, aberta às redes sociais e ter bastante contatos”, diz Fernanda. Ao longo dos três anos, são desenvolvidas diversas disciplinas com o intuito de auxiliar o profissional a pensar projetos e executá-los. Entre elas, estão história da arte, assim como matérias de fundamentos de dança, artes visuais e cênicas. Há uma cadeira específicamente voltada para acontecimentos que irão ocorrer no País: a de eventos esportivos. Tanto a Copa do Mundo de 2014 como as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, serão uma excelente oportunidade para o profissional dessa área. Para Fernanda, além dos acontecimentos esportivos, outros trabalhos durante essas épocas poderão ser realizados por produtores culturais. “Vamos precisar de um grande número de entretenimento para este público que virá ao País. Vai haver um aumento do número de exposições, tanto na arte, teatro, como música, pois temos que mostrar nossa cultura aos visitantes”, afirma. Janaína Isabele tem 25 anos e se formou no curso de Tecnologia em Produção Cultural, na IFRJ, em 2007. Atualmente trabalha na Sarau Produções, empresa que organiza eventos. Ela conta que sempre gostou de organizar festas e que era representante da turma, assim como do grêmio estudantil do colégio. “Depois que entrei na faculdade, percebi que já fazia produção durante toda minha vida”, brinca. O que mais gosta na profissão, conta, é o fato de que cada projeto é totalmente diferente do outro, sempre há algo novo, tanto para aprender quanto para ensinar. Mas salienta que é preciso se dedicar muito para ter sucesso. “É uma profissão versátil, dinâmica. Na maioria dos casos, não batemos cartão, não temos um horário fixo. Existem flexibilidade e possibilidades de viagens a trabalho. Sempre conhecemos pessoas novas, vivemos situações boas e problemas. Tem que ter disponibilidade de horário e iniciativa, assim você vai longe”, garante. A Faculdade Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) tem um curso sequencial em produção cultural, de dois anos. Ao final, o aluno ganha um certificado de conclusão. Ela foi criada em 2008 e, em 2010, foi formada a primeira turma. Atualmente, existem cerca de 30 alunos. O coordenador Marcos Moraes, acredita que a profissão precisa ser mais difundida entre as pessoas para que, cada vez mais, elas saibam o papel do produtor cultural. “Acho que a inserção de profissionais formados no mercado dá mais visibilidade ao curso, mas também é necessário uma divulgação com de palestras e fóruns”. Ele salienta que, em agosto deste ano, no Rio de Janeiro, será realizado o primeiro seminário da categoria. Ele também aponta que hoje, no mercado de trabalho, grande parte das pessoas está conseguindo empregos nas prefeituras, governos estaduais e federais. Ainda afirma que alguns profissionais estão trabalhando em meios de comunicação, como televisão e rádio, além dos tradicionais espaços como música, arte, cinema e teatro. “Minha primeira produção foi o show do Nelson Coelho de Castro em Porto Alegre”, lembra Dedé Ribeiro, produtora cultural que atua na profissão desde 1977 e atualmente tem uma empresa especializada, localizada na capital gaúcha. Na época do seu primeiro trabalho, tinha 19 anos, cursava Jornalismo e atuava na rádio Continental, em Porto Alegre. Ela era repórter de um programa de cultura, pelo qual teve contato com um grande número de artistas, já que os músicos gravavam suas canções na própria rádio. “A partir dessa época, levou uns dois anos para perceber que iria trabalhar com produção”, conta. Ela acredita que essa é uma profissão que começa a ser reconhecida e está em ascensão, principalmente pelo seu caráter independente. “Qualquer um pode fazer o seu projeto, ele não precisa de um emprego fixo. Se tiver uma rede de contatos boa, o produtor não precisa esperar, pode ser autônomo”, afirma. fonte: terra |